O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta
segunda-feira (28) traz novamente um alerta para o planeta. Segundo a manchete
do vespertino, o ano de 2015 teria sido o mais quente da história.
De acordo com a
reportagem do Le
Monde, as temperaturas médias registradas no planeta são as mais
elevadas desde 1880, quando as primeiras medições meteorológicas foram
realizadas. Os responsáveis por esses números seriam o fenômeno El Niño e, principalmente, o
aquecimento do planeta ligado às emissões de gazes que provocam o efeito
estufa.
O veredito ainda não
é definitivo, pois as três entidades que controlam as temperaturas mundiais –
Agência oceânica e atmosférica americana (NOAA), Agência espacial
americana (NASA) e Agência
meteorológica britânica (Met Office) – só devem revelar seus dados
finais no mês de janeiro, após terem integrado as informações de dezembro. No
entanto, segundo as análises prévias, os dados complementares só devem ampliar
o fenômeno constatado nos onze primeiros meses de 2015.
Para isso, ressalta Le Monde, basta
observar o Natal na França, onde a
temperatura média no país no dia 25 de dezembro foi de quase 11 graus, ou seja,
bem acima da média habitual. Outro exemplo apontado pelo vespertino é o de Nova York, onde a ceia de natalfoi
celebrada com termômetros na casa dos 22 graus, um recorde histórico. O jornal
também lembra que Índia e Paquistão enfrentaram 45 graus nos meses de meio de
junho deste ano.
Argentinos sofreram com frio
Le
Monde pondera,
no entanto, que essas médias são mundiais e que algumas regiões do planeta
também registraram temperaturas bem baixas, como a Argentina, que, após um
começo de ano encalorado, viveu o mês de outubro mais frio de sua história. No
entanto, de uma maneira geral, os especialistas concordam que o mundo registrou
temperaturas bem acima do normal este ano.
Atrás dessas
estatísticas há também dramas humanos, lembra Le
Monde. Na China, por exemplo, as fortes chuvas provocadas pelas
mudanças de temperatura atingiram 75 milhões de pessoas. O vespertino também
lembra da situação atual na Inglaterra, onde centenas de soldados foram
mobilizados para ajudar a população diante das enchentes, ou ainda na América Latina, onde 170 mil pessoas
foram retiradas de suas casas no Brasil, Paraguai, Argentina e
Uruguai.
Diante da situação,
os especialistas se preocupam. Ouvido pelo Le Monde, o pesquisador
francês Jean Jouzel, prêmio Nobel da Paz em 2007 com o grupo de peritos do clima (GIEC), disse
que os engajamentos anunciados durante a Conferência do Clima em Paris, a COP 21,
não são suficientes. Para ele, mesmo se o evento foi um verdadeiro sucesso, a
única solução seria que as autoridades dobrassem suas ambições de redução de
gases que provocam o efeito estufa.

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