O site Reis do
Camarote, supostamente feito por aluno de Engenharia da UFC, incentiva um
“estupro corretivo” em estudantes feministas
Uma página na internet de autoria anônima está gerando bastante
indignação. Criado em dezembro de 2015, o site intitulado ‘Reis do Camarote’ apresenta como conteúdo uma apologia à
violência contra mulheres. Numa das postagens, incentiva o “estupro
corretivo” em estudantes feministas do curso de Direito da Universidade Federal
do Ceará (UFC), virando alvo de repúdio entre cearenses.
No texto, o autor xinga e tipifica as estudantes de
Direito como “vadias”. “A típica estudante de Direito é aquela vadia patricinha de classe
média alta, que quer ser Juíza, Promotora ou Delegada da PF. Esta vadia, cheia
de soberba, que se acha a última bolacha do pacote. Em qualquer civilização
decente esta vagabunda não deveria nem estar sentada na merda de um banco de
faculdade, deveria estar na cozinha lavando as cuecas de seu homem ou fazendo a
porra da comida. Só nesta civilização esquerdista decadente esta vadia é
agraciada com uma arma ou um título do estado para ficar enchendo o saco alheio”.
Além de fazer apologia
ao estupro, o
conteúdo criado recentemente por um suposto estudante de Engenharia da UFC
exibe um passo a passo explicando como se deve realizar o ato. Dividindo o
“tutorial” em seis passos, o autor ensina nos três primeiros como o agressor
deve fazer para conseguir atrair a vítima. Logo após, com tópicos como “Drogue
a vadia” e “Estupre a Vagabunda”, o conteúdo incentiva o uso de drogas e a
filmagem de momentos íntimos, como ameaça em caso de denúncia.
UFC analisa o caso
De acordo com a ouvidoria da Universidade
Federal do Ceará (UFC), denúncias sobre a página já foram
realizadas no departamento. “Nós estamos cientes sobre o site. Como é
uma página que menciona a universidade, temos que realizar uma análise para ver
quais providências se pode tomar. Temos um prazo de até 20 dias para encaminhar
a resposta para a diretoria da instituição, para que ela adote o que deverá ser
feito por parte da universidade”, explica a ouvidoria.
Mesmo com a forte repercussão no Facebook, a
assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou
que nenhuma denúncia referente à página foi registrada. Além disso, ressalta
que as denúncias devem ser feitas através dos números 181 ou 190. Aqueles
que se sentirem no direito de denunciar podem fazê-lo também por meio do site Safernet.
“A maior dificuldade é a de encontrar os autores desses crimes
devido ao tamanho do ‘terreno’ que eles possuem para se esconder” (Renato
Torres, da OAB-CE)
Fonte: Tribuna do Ceará

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