Os custos públicos
com eventos de Carnaval em apenas 10 das 184 prefeituras do interior do Ceará
ultrapassam os R$ 4 milhões em 2016, de acordo com licitações publicadas no
Portal de Licitações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Estudo
divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que a
crise econômica é a principal razão do cancelamento dos festejos na maioria dos
municípios do Brasil.
O maior
gasto, segundo levantamento feito pelo Jornal O POVO, é o da
Prefeitura de Aracati, com R$ 1,7 milhão. Os festejos no município, no entanto,
estão entre os mais tradicionais do Estado e devem movimentar a economia local.
Estão programadas atrações como Waldonys, É o Tchan e Ítalo e Renno.
Com o terceiro
maior gasto registrado no TCM, Granja deve despender R$ 600 mil, com previsão
de arrecadar R$ 3 milhões, afirma o prefeito Romeu Aldigueri. Ele pontua que a
prefeitura vai realizar os eventos porque está com as contas em dias,
principalmente nas áreas de saúde e educação. A alegação de controle na gestão
também é feita pela Prefeitura de Paracuru que ressalta ainda a redução no
total de gastos em comparação com anos anteriores.
Estudo
da CNM
A
crise econômica é apontada pela CNM como principal razão para que prefeituras
suspendam o Carnaval. Estudo feito pela instituição com 2.903 municípios
brasileiros, mostra que 1.884 não vão apoiar eventos no período, o equivalente
a 64,9%. No Ceará, apenas 43 prefeituras responderam o levantamento, mas não
foram divulgados dados específicos.
Os municípios
que apoiarão financeiramente eventos no período esperam gastar, em média, R$
129 mil, que corresponde a 81% do valor investido em 2015, segundo a CNM. A
economia dos que suspenderam deve ser revertida para as áreas de saúde,
educação e outros eventos culturais, diz o estudo.
O presidente da
CNM, Paulo Ziulkoski, pontua que a suspensão dos gastos com festividades é
“questão quase obrigatória dos gestores atuais”. Ele pontua que há uma pressão
cada vez maior sobre eles para controlarem gastos diante da falta de verba para
pagamentos de salários e outras obrigações.
Durante o mês de
janeiro, foram feitas diversas recomendações pelo TCM e pelo Ministério Público
do Estado do Ceará sobre o controle de gastos. Prefeito de um dos municípios
sem tradição carnavalesca e com dificuldades financeiras, Francini Guedes
lamenta a situação financeira de Jaguaribara e ressalta que não será candidato
à reeleição esse ano devido à crise.
Fonte: O Povo

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