A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que discutia sobre manter a proibição de doações ocultas para campanhas políticas, teve que ser suspensa por uma discussão entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, na tarde desta quarta-feira (21).
Mendes estava criticando decisões anteriores da própria Corte, que foram tomadas em turmas e não no Plenário. Ele usou o voto de Barroso sobre o caso de funcionários de uma clínica de aborto, que sinalizou a necessidade de descriminalização da matéria, como exemplo.
“É preciso que a gente denuncie isso! Que a gente anteveja esse tipo de manobra. Porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal. ‘Ah, agora, eu vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma com três ministros. E aí a gente faz um 2 a 1”, ironizou Gilmar.
A citação foi bastante para que o outro ministro reagisse à fala. “Me deixa de fora do seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa Excelência aqui, fazer um comício, cheio de ofensas, grosserias. Vossa Excelência não consegue articular um argumento, fica procurando, já ofendeu a presidente [ministra Carmen Lúcia], já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida pra Vossa Excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia. Nenhuma. Nenhuma. Só ofende as pessoas”.
Mendes tentou responder, mas a presidente do STF já havia dado a sessão como suspensa.
Depois de voltar aos votos, a maioria do Supremo – 9 ministros – já votou a favor da manutenção da proibição.
Fonte: Sul 21
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