Um trabalhador de 61 anos foi resgatado de uma situação análoga à escravidão em uma pedreira de extração manual de granito, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. O caso foi identificado no último dia 27 de outubro, durante uma operação de Auditores-Fiscais do Trabalho voltada ao combate à exploração laboral no setor de extração de pedras.
A ação faz parte de um conjunto de inspeções realizadas entre 26 de outubro e 5 de novembro nos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, coordenadas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo os auditores, o homem vivia há cerca de três anos dentro da própria pedreira, em um barraco de lona sustentado por galhos, diretamente sobre o chão batido. Ele dormia em uma rede, cercado por ferramentas, alimentos e pertences pessoais espalhados pelo espaço precário.
O local não tinha banheiro, água potável ou área adequada para alimentação. As necessidades fisiológicas eram feitas no mato, e o banho ocorria com baldes e canecas atrás do barraco. A comida era preparada em uma fogueira acesa no chão, usando uma grelha improvisada.
A água fornecida pelo empregador era armazenada em vasilhas sem higienização e consumida sem qualquer tipo de filtragem. Além das condições degradantes de moradia e trabalho, os fiscais constataram que o trabalhador não tinha registro na carteira nem acesso a direitos trabalhistas. Ele recebia apenas pelo que conseguia produzir, beneficiando exclusivamente o dono da pedreira.
O empregador será responsabilizado, e o trabalhador passa agora pelos procedimentos de amparo previstos pela legislação.

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